terça-feira, 22 de janeiro de 2008

One Hour by Concrete Lake – Pain of Salvation

“Spirit of the Land”:
“Sente por um instante, por que a pressa?
A beleza está em toda volta.
O céu vermelho da manhã,
as diferentes cores da paisagem,
o frescor da brisa.
Então sente por um instante e descanse
com o espírito da terra.”
John Renshaw

I - Part of the Machine:
Essa primeira parte fala sobre como nós fazemos parte do jogo, consciente ou
inconscientemente. Nós, ao aceitarmos tudo o que nos é imposto, somos “parte da
máquina”. E estamos felizes com isso. Ela nos cega, através de diversões de fácil
acesso, entretenimento a toda hora e a todo instante, com a máquina da propaganda
nos fazendo querer sempre mais comprar coisas que não precisamos, acabamos por
trabalhar sempre mais, no final, não aproveitamos nada.


“Inside”
‘O que é um criminoso de guerra? A guerra já não é por si mesma um crime
contra Deus e a humanidade, e, então, não são todos os que sancionaram, projetaram
e conduziram guerras, criminosos de guerra? Criminosos de guerra não estão
confinados sozinhos ao Eixo de Poder.’
A faixa “Inside” abre esta primeira parte com uma estrofe já impactante:
“Disseram-me que a dor e a fome não eram minha culpa. Como eles podem estar tão
errados? E de todos os 5 bilhões de habitantes, você é apenas um, Acreditei neles por
muito tempo.”
Acho que é fácil para entender. Todos nós temos nossa parcela de culpa por
tudo que acontece no mundo, a fome na áfrica na índia ou no nordeste também existe
por nossa causa. Agora não pareceu fácil de entender não é? É difícil ver que relação
temos com esses lugares distantes, mas é isso o que a banda se propõe a mostrar.


“The Big Machine”:
‘… e ele realmente segurou a arma em frente aos nossos olhos, e aí, vestido
com terno e gravada, ele sorriu e nos contou com orgulho em sua voz que “este
modelo foi largamente usado na Guerra do Golfo!”. Ele era tão certo e limpo. E tão
alarmantemente cego!”
Na terceira faixa, “The Big Machine”, é explicada de forma mais clara a relação
que temos com o sistema, apelidado de “A grande máquina”. Todos nós vivemos
nossas vidas, comprando, consumindo mais e mais sem saber que tudo o que fazemos
tem reflexos no planeta. A música trata disso, de como nós fazemos nossa parte para
que tudo continue como está, apesar dos discursos.


“New Year’s Eve”:
‘Somente os pássaros obedientes têm saudades. Os rebeldes voam.’
“New Year’s Eve” é a quarta faixa, que trata de um assunto parecido com “The
Big Machine”. É sobre a nossa hipocrisia nas festas de fim de ano, onde desejamos
feliz ano novo a todos, fazemos promessas, mas nunca falamos das máscaras que
usamos, máscaras que nos cegam da verdade, nos impedem de ver as relações.

II - Spirit of Man:
A segunda parte diz respeito mais ao homem, ao seu interior. O que o faz
entrar numa guerra e matar um semelhante que nem conhece? Por que um homem
que mata uma pessoa é assassino é aquele que mata milhares é um herói? O que
acontece na sociedade que a faz valorizar esse tipo de ação?


“Handful of Nothing”:
‘Em tempos de guerra, a primeira baixa é a verdade.’ ‘O que acontece em um
homem quando ele se deixa matar outro homem?’
A quinta faixa, “Handful of Nothing” é uma das mais impactantes, dona de um
compasso totalmente inédito, tem uma letra bastante impactante também. Fala sobre
a guerra e como ela alimenta “A grande máquina”, também como nós fazemos nossa
parte nas guerras, apesar de todos sermos teoricamente contra elas. God how could I
believe? O homem se descobriu fazendo parte do jogo e agora não acredita que ele fez
parte de tudo isso até hoje, como ele pôde acreditar em tanta besteira?


“Water”:
Os lençóis freáticos se movem muito devagar. Enquanto a água da
superfície pode ser medida em metros por segundo, as águas subterrâneas
seriam mais ou menos medidas em metros por ano!
A contaminação das águas subterrâneas causa danos severos por muito
tempo. Mesmo assim, as indústrias militares e nucleares poluem
constantemente enormes áreas de águas subterrâneas – em tempos de paz.
“Water”, a sexta faixa, possui um nome que diz bem sobre o que a banda quer
falar. Uma das questões mais sérias da humanidade atualmente, o problema da água.
O desperdício que é regra na nossa civilização, a má-utilização e a poluição afetam a
vida de várias outras pessoas. A letra fala sobre como a nossa vida tem a ver com a
falta de água nos outros lugares do mundo, mesmo que para nós seja impossível
enxergar essa relação. Quando nós desperdiçamos lavando carros, calçadas,
construimos fontes, utilizamos produtos que gastam mais e mais água apenas para
termos menos trabalho, estamos tirando água de outras pessoas, porque quanto mais
usamos, mais achamos que precisamos para viver. Talvez só iremos perceber isso
quando faltar também para nós.


“Home”:
‘O homem branco, ele vem e volta. Ele pode ir. ...Mas aquela foi nossa terra
natal por milhares de anos. Aquela é a nossa casa, e nós nunca iremos sair. Não
importa quão contaminada ela fique. Nós vivemos aqui! Nós sempre vivemos lá e nós
sempre viveremos lá.’
A sétima faixa, “Home”, é uma clara referência aos povos indígenas da América.
Eles viveram durante incontáveis gerações, tirando da terra apenas o que precisavam
para viver, cultuando e respeitando a natureza. Com a chegada do homem branco,
isso muda. O branco não se preocupa com a natureza. Ele está inserido em uma
ideologia que visa apenas o progresso econômico. Ele quer a terra dos nativos, quer
extrair riquezas dela, então o que ele faz? Mata esses povos para poder depois matar a
terra, em um processo que está vivo até hoje. Apesar de tudo o que fizemos, eles não
desistem, aquela é a terra deles e eles não vão desistir.
Para mim, essa letra soa como uma lição, além da história. Ela conta sobre
como esse planeta é nosso e apesar de tudo o que fazemos a ele, devemos
permanecer e lutar. Permanecer fica num sentido mais de não se deixar abater pelas
dificuldades, pois destruindo o planeta, estamos destruindo o nosso passado e o nosso
futuro.

III - Karachay:
Chegamos na última parte do CD, Karachay, o nome do lago de concreto, a
parte mais sombria do disco, pois fala do encontro do homem por ele mesmo e sua
consciência, agora acordada.


“Black Hills”:
‘Eles dizem para toda a população da Europa, é uma boa e limpa indústria, é
um grande jeito de salvar o mundo. Mas eu estou aqui para dizer a vocês que
agora eles estão batendo em suas portas porque eles não conseguem mais
achar um lugar para armazenar o maldito entulho pela eternidade, eles vêm às
nossas terras natais e eles querem alugar alguma terra por 10 mil anos!’
‘A partir de hoje, eles não retornarão a nossa terra sagrada, mesmo que sua
mais alta e hipócrita corte diga que eles possam e realmente podem, possuir as
Colinas Negras. Eu ainda continuo a lutar para a eventualidade de reconquistar
a terra sagrada.’
A oitava faixa, “Black Hills”, é uma espécie de continuação da letra de “Home”,
pois ainda é uma letra que deixa a entender que quem está falando conosco são os
povos nativos, os que sabiam usar os recursos da natureza de forma mais civilizada
que nós, os “civilizados”. Também ao dizer que essa terra é sagrada e aponta como,
após termos destruído tudo, iremos voltar ao início das coisas, onde a humanidade não
dominava a natureza. Mas essa será uma volta também para vermos que boa parte do
que fizemos não tem mais conserto.


“Pilgrim”:
‘No fogo, nós podemos ver nosso passado e nosso futuro. Por que, igual
conosco e com nosso tempo, estas chamas são somente nascidas através do
completo e total consumo de tudo em sua volta. Por isso, o fogo está também
condenado a ser destruído. Exigindo, linda e muito mortalmente, ele vive
através da morte.’
A nona faixa “Pilgrim” fala sobre essa busca do ser humano que tenta se ver
livre de tudo que o conceito do disco fala, ele já encontrou sua culpa e já sabe de sua
responsabilidade, agora ele somente anda sem rumo, pensando em que fazer para
realmente chegar no ponto onde ele saberá o que fazer.


“Shore Serenity”:
‘Karachay… Esse lago em Kyshtym engoliu lixo nuclear por quase 50 anos. A
radiação antes era tão alta que uma hora na beira desse lago poderia causar a
morte em somente algumas semanas. Karachay, o lago inteiro, está agora
coberto com concreto...’
“Shore Serenity” mostra a agonia de se ter chegado num ponto de consciência
onde não tem mais volta, o ponto que ele buscava enquanto caminhava sem rumo. O
homem agora se vê livre, enxerga tudo como funciona, vê as relações, mas sofre
justamente por isso. Ela não tem mais a paz das outras pessoas normais, ela vê a
sujeira da Grande Máquina em tudo e não consegue mais ter a tranquilidade de
outrora. É o preço da liberdade. Porém, agora ele sabe que a Máquina sobrevive com
uma “célula” (no caso, cada um de nós fazendo sua parte que no final soma o todo),
mas também pode parar de funcionar se todas essas “células” tomassem consciência
do que fazem.


“Inside Out”:
‘30 anos atrás, a sociedade acreditava que nenhum preço era alto demais, nós
pensávamos que a indústria poderia vir a qualquer custo. Nós não mais
podemos pagar este preço.’
‘Eu temo o dia que meu filho me perguntará o porquê. Eu temo o dia quando eu
terei de explica-los que as pessoas pensaram que era aceitável destruir o meio-
ambiente para termos empregos. Eu temo o dia em que terei de explicar para o
meu Joshua, de olhos brilhantes, que fala com os cachorros e ouve a grama
gritar, que nós estávamos todos muito ocupados dirigindo carros velozes,
apressando nossas crianças para a creche e procurando asilos para nossos avós
e ouvindo o som de caixas registradoras.
Nós estávamos todos muito ocupados para ouvir a grama gritando.’
Pra fechar o CD, a faixa “Inside Out” mostra uma raiva já característica das
músicas da banda. Ela fala sobre como, a partir de tudo o que o homem aprendeu,
agora ele pode ser livre. Ele não entende como pôde ser tão cego. Sua tristeza em ver
como tudo funciona é clara. Em parte compartilhamos como ele o sentimento de,
apesar de sabermos como tudo funciona, continuamos a viver como se nada tivesse
acontecido, apenas levando nossas vidas sem se preocupar diretamente com o futuro.
Continuamos fazendo nossa parte ao falhar em ver a relação com a nossa vida e tudo
de ruim que existe no planeta. Mas, como o homem sabe que a consciência e a
liberdade têm seu preço, agora é a hora de lutar contra tudo isso, apesar de todas as
cicatrizes que adquirimos nesse processo, dispondo das armas que temos, inclusive a
música.



Críticado e conceituado por Fábio Zanutto Candioto

terça-feira, 1 de janeiro de 2008

Feliiiz 2008! :D

Pra começar bem o ano, uma citação do meu livro preferido...

"Certa vez, um cosmonauta e um neurologista russos discutiam sobre religião. O neurologista era cristão, e o cosmonauta não. "Já estive várias vezes no espaço", gabou-se o cosmonauta, "e nunca vi nem Deus, nem anjos". "E eu já operei muitos cérebros inteligentes", respondeu o neurologista, "e também nunca achei um único pensamento."
- O que não significa que os pensamentos não existiam..." (O Mundo de Sofia, Jostein Gaarder)







Algumas montagens/desenhos e suas variações.

domingo, 9 de dezembro de 2007

PAINT, yeah.


Um desenho no Paint só pra sair da Rotina.

...











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sexta-feira, 7 de dezembro de 2007